A precipitação anual é mal repartida verificando-se um excesso de água no Outono e Inverno e acentuada carência no Verão. As principais actividades económicas do Baixo Alentejo desenvolvem-se em torno da exploração mineira, da silvicultura, da exploração agro-pecuária, pastorícia e produtos derivados, podendo tomar-se como exemplo a cortiça, o azeite, os queijos, os enchidos e presuntos, os vinhos, a aguardente de medronho e o mel. O rio Guadiana, considerado um dos recursos naturais mais importantes do Baixo Alentejo, é um rio internacional da Península Ibérica que nasce em Espanha. As suas paisagens, de elevado valor histórico e natural, são testemunhas vivas da acção humana que ao longo dos tempos transformou o coberto natural original numa diversidade de ecossistemas.
Esta região é fortemente marcada não só por um património cultural, que se reflecte nos sítios arqueológicos, castelos, igrejas, antigas minas, museus, e pequenas vilas e aldeias que com as suas construções tradicionais reflectem a diversidade das influências culturais a que esta região esteve sujeita, mas também por um património natural do qual constituem exemplos as zonas de protecção especial de Moura, Barrancos e do Guadiana.
A carne de porco e de borrego são a base da gastronomia tradicional, juntando-se-lhes ainda as espécies de caça como o javali, o coelho, a lebre e a perdiz. O pão, o azeite e as ervas aromáticas são ingredientes fundamentais desta cozinha mediterrânica, dando sabor às sopas, migas, ensopados e açordas. Os vinhos, queijos, enchidos e presuntos são elementos indispensáveis da boa mesa alentejana. Os ovos, a gila e a amêndoa são elementos integrantes da confeitaria, sendo de salientar a doçaria conventual. Cada localidade tem as suas especialidades gastronómicas.
No Baixo Alentejo, o barro, as varas de vime, a cortiça, o ferro, a madeira, a lã e o linho são transformados em peças de artesanato que mantêm viva a memória colectiva. Peças que sobrevivem ao passar dos anos e traduzem a alma de um povo. As suas gentes, com os seus saberes, experiência, tradições e cultura, dão vida e alma aos objectos inertes. Também as festas religiosas e populares dão vida a essa memória, todas as aldeias e vilas embelezam-se para festejar os seus santos padroeiros especialmente no período de Verão. As feiras, outrora espaços privilegiados de convívio e comércio, modernizam-se hoje em mostras das actividades e produções locais. O Baixo Alentejo permite aos turistas desfrutar de um turismo relaxante, tendo a natureza como privilégio.
Lenda
A Lenda da Costureirinha
Entre as crenças que algum dia existiram no Baixo Alentejo, a da costureirinha era uma das mais conhecidas. Não é difícil, ainda hoje, encontrar pessoas de alguma idade, e não tanta como isso... que ouviram a costureirinha.
O que se ouvia, então? Segundo diversos testemunhos, ouvia-se distintamente o som de uma máquina de costura, das antigas, de pedal, assim como o cortar de uma linha e até mesmo, segundo alguns relatos, o som de uma tesoura a ser pousada. Um trabalho de costura, portanto.
O som trepidante da máquina podia provir de qualquer parte da casa: cozinha, quarto de dormir, a casa de fora, e até mesmo de alpendres. De tal modo era familiar a sua presença nos lares alentejanos que não infundia medo. Era a costureirinha.
Mas quem era ela? Afirma a tradição que se tratava de uma costureira que, em vida, costumava trabalhar ao domingo, não respeitando, portanto, o dia sagrado. É esta a versão mais conhecida no Alentejo. Outra versão afirma que a costureirinha não cumprira uma promessa feita a S. Francisco. Esta última versão aparece referenciada num exemplar do Diário de Notícias do ano 1914 em notícia oriunda de aldeias do Ribatejo.
Pelo não cumprimento dos seus deveres religiosos, a costureirinha fora condenada, após a morte, a errar pelo mundo dos vivos durante algum tempo, para se redimir. No fundo, a costureirinha é uma alma penada que expia os seus pecados, de acordo com a crença que os pecados do mundo, o desrespeito pelas coisas sagradas e, nomeadamente, o não cumprimento de promessas feitas a Deus ou aos Santos podiam levar à errância, depois da morte.
Já não se houve, agora, a costureirinha? Terminou já o seu fado, expiou o castigo e descansa em paz? A urbanização moderna, a luz eléctrica, os serões da TV, afastaram-na do nosso convívio. Desapareceu, naturalmente, com a transformação de uma sociedade rural arcaica, que tinha os seus medo, os seus mitos, as suas crenças e o seu modo de ser e de estar na vida.
O que se ouvia, então? Segundo diversos testemunhos, ouvia-se distintamente o som de uma máquina de costura, das antigas, de pedal, assim como o cortar de uma linha e até mesmo, segundo alguns relatos, o som de uma tesoura a ser pousada. Um trabalho de costura, portanto.
O som trepidante da máquina podia provir de qualquer parte da casa: cozinha, quarto de dormir, a casa de fora, e até mesmo de alpendres. De tal modo era familiar a sua presença nos lares alentejanos que não infundia medo. Era a costureirinha.
Mas quem era ela? Afirma a tradição que se tratava de uma costureira que, em vida, costumava trabalhar ao domingo, não respeitando, portanto, o dia sagrado. É esta a versão mais conhecida no Alentejo. Outra versão afirma que a costureirinha não cumprira uma promessa feita a S. Francisco. Esta última versão aparece referenciada num exemplar do Diário de Notícias do ano 1914 em notícia oriunda de aldeias do Ribatejo.
Pelo não cumprimento dos seus deveres religiosos, a costureirinha fora condenada, após a morte, a errar pelo mundo dos vivos durante algum tempo, para se redimir. No fundo, a costureirinha é uma alma penada que expia os seus pecados, de acordo com a crença que os pecados do mundo, o desrespeito pelas coisas sagradas e, nomeadamente, o não cumprimento de promessas feitas a Deus ou aos Santos podiam levar à errância, depois da morte.
Já não se houve, agora, a costureirinha? Terminou já o seu fado, expiou o castigo e descansa em paz? A urbanização moderna, a luz eléctrica, os serões da TV, afastaram-na do nosso convívio. Desapareceu, naturalmente, com a transformação de uma sociedade rural arcaica, que tinha os seus medo, os seus mitos, as suas crenças e o seu modo de ser e de estar na vida.
Receitas
Azevias
Ingredientes:
Para a massa:
Ø 500 g de farinha ;
Ø 3 a 4 colheres de gordura (mistura de banha e de manteiga ou margarina) ;
Ø 1 cálice de aguardente ;
Ø sal
Para o recheio de grão:
Ø 1 kg de grão ;
Ø 750 g de açúcar ;
Ø 2 limões ;
Ø 1 colher de sobremesa de canela em pó ;
Ø 3 gemas
Confecção:
Coze-se o grão com uma pitada de sal, pela-se e passa-se por uma peneira fina. Leva-se o açúcar ao lume com 2 dl de água e deixa-se ferver durante 1 ou 2 minutos. Junta-se o puré de grão, a canela e a raspa da casca dos limões. Deixa-se ferver o preparado, mexendo até se ver o fundo do tacho. Retira-se juntam-se as gemas e leva-se o preparado novamente ao lume para coser as gemas. Deixa-se ficar assim de um dia para o outro.
Peneira-se a farinha para uma tigela e faz-se uma cova no meio onde se deitam as gorduras quentes. Mistura-se. Junta-se a aguardente e depois vai-se amassando juntando pinguinhos de água morna temperada com sal. Sova-se bem a massa e deixa-se repousar em ambiente temperado.
Estende-se a massa com o rolo, muito fina, e recheia-se com um pouco do doce preparado. Cortam-se as azevias em meia lua (como os rissóis), ou em triângulo ou em rectângulo (como os pasteis de carne) e fritam-se em azeite ou óleo bem quentes. Polvilham-se com açúcar ou açúcar e canela.
Peneira-se a farinha para uma tigela e faz-se uma cova no meio onde se deitam as gorduras quentes. Mistura-se. Junta-se a aguardente e depois vai-se amassando juntando pinguinhos de água morna temperada com sal. Sova-se bem a massa e deixa-se repousar em ambiente temperado.
Estende-se a massa com o rolo, muito fina, e recheia-se com um pouco do doce preparado. Cortam-se as azevias em meia lua (como os rissóis), ou em triângulo ou em rectângulo (como os pasteis de carne) e fritam-se em azeite ou óleo bem quentes. Polvilham-se com açúcar ou açúcar e canela.
Ingredientes:
Ø 200 g de açúcar amarelo ;
Ø 3 ovos inteiros ;
Ø 2 dl de azeite ou óleo ;
Ø 2 dl de leite c/ café ou só leite ou só café ;
Ø raspa de limão (facultativo)
Ø 1 colher de café de fermento em pó
Confecção:
Mistura-se tudo muito bem, depois bate-se com a mão de modo a envolver, e fazer uma massa homogénea e compacta. Unta-se previamente um tabuleiro com óleo ou azeite, e deita-se a massa.
Seguidamente com as costas de uma faca como que vincando, dá-se uns golpes na massa superficialmente não profundos.
1º. Efectua-se o corte ao alto;
2º. Depois o corte atravessado.
Em seguida, espalha-se por cima açúcar amarelo e canela de modo a cobrir a superfície da massa no total.
E vai ao forno quente, cerca de 40 minutos ±, até estar alourado, para melhor verificação da cozedura da massa espetasse-lhe um palito e se este sair seco está no ponto...
Aí está a Famosa e Rica BOLEIMA ALENTEJANA !!!
Bom Apetite...
Seguidamente com as costas de uma faca como que vincando, dá-se uns golpes na massa superficialmente não profundos.
1º. Efectua-se o corte ao alto;
2º. Depois o corte atravessado.
Em seguida, espalha-se por cima açúcar amarelo e canela de modo a cobrir a superfície da massa no total.
E vai ao forno quente, cerca de 40 minutos ±, até estar alourado, para melhor verificação da cozedura da massa espetasse-lhe um palito e se este sair seco está no ponto...
Aí está a Famosa e Rica BOLEIMA ALENTEJANA !!!
Bom Apetite...
Bolo de Amêndoa do Convento da Vidigueira
Ø 500 g de açúcar ;
Ø 500 g de amêndoas ;
Ø 6 ovos inteiros + 6 gemas ; 100 g de farinha ;
Ø 1 colher de chá de canela em pó ;
Ø açúcar em pó
Confecção:
Escaldam-se, pelam-se e ralam-se as amêndoas.
Numa tigela batem-se muito bem com uma colher de pau o açúcar, as amêndoas, os ovos inteiros e as gemas. Junta-se a canela em pó e bate-se um pouco mais. Finalmente, junta-se a farinha e mistura-se bem sem bater. Deixa-se esta massa repousar durante cerca de 30 minutos.
Em seguida deita-se a massa numa forma untada e polvilhada com farinha e leva-se em forno quente durante cerca de 15 minutos.
Desenforma-se e, depois de frio, corta-se o bolo em fatias, que se passam pelo açúcar em pó.
Numa tigela batem-se muito bem com uma colher de pau o açúcar, as amêndoas, os ovos inteiros e as gemas. Junta-se a canela em pó e bate-se um pouco mais. Finalmente, junta-se a farinha e mistura-se bem sem bater. Deixa-se esta massa repousar durante cerca de 30 minutos.
Em seguida deita-se a massa numa forma untada e polvilhada com farinha e leva-se em forno quente durante cerca de 15 minutos.
Desenforma-se e, depois de frio, corta-se o bolo em fatias, que se passam pelo açúcar em pó.
Trajes Típicos
Os trajes que mais caracterizam o Baixo Alentejo são o traje da ceifeira, constituído por dois factos: a roupa do campo e a roupa de portas, e o traje do pastor, este é constituído por calças, camisa, capote, safões e pelico por causa do frio. A roupa de campo da ceifeira é o fato de trabalho e a roupa de porta é o fato que as ceifeiras vestiam depois do trabalho nos campos.
Casas Típicos
As casas do Baixo Alentejo são invariavelmente de piso único. A sua construção é feita com paredes em tijolos ou taipa que é um material formado por terra húmida comprida em taipais de madeira desmontável. Estas paredes são assentes em alicerces de xisto que se prolongam até 60 cm do nível do chão. As paredes invariavelmente caiadas de branco com rodapé colorido, normalmente em azul ou ocre. O telhado é de duas águas com um forro de canas para isolar do calor.